Esse trabalho busca contribuir para discussão da globalização e seus reflexos sobre os trabalhadores ditos estáveis, suas organizações, a subjetividade operária e o chão da fábrica a partir de Sergipe na década de 90, no caso particular da Fábrica de Fertilizantes da Petrobrás (Fafen/Petrobrás). A tabulação e análise dos dados coletados, nos possibilita algumas conclusões: 1) As mudanças ocorridas no chão da fábrica denotam uma precarização das condições de trabalho externalizadas em: menos postos de serviço, mais tarefas, menos segurança, menos estabilidade, perda e flexibilização de direitos. Esse processo atinge diretamente os trabalhadores tidos como estáveis permitindo-nos concluir que não são precisas as afirmações que os denominam de "elite" ou privilegiados; 2) o sindicato da categoria, apesar da experiência dos seus quadros diretivos, que estavam à frente do movimento desde o início dos anos 80, tendo inclusive posição destacada a nível nacional, apesar do seu nível de organização e da sua inserção no interior da unidade fabril, foi incapaz de encontrar formas alternativas ao avanço da empresa, que consegue retirar muitas conquistas anteriores e cooptar antigas lideranças, criando um clima de impotência e atingindo diretamente a subjetividade da classe.
The article is aimed at contributing to the debate on so-called stable workers, their organizations, worker's subjectivity and the factory's environment in the state of Sergipe in the 1990s, in the particular case of the Fafen/Petrobras fertilizer maker. Tabulation and analysis of collected data points out to some conclusions: 1) Changes in the factory environment show impoverishment in work conditions, materialized as: less positions, more tasks, less safety, less stability, loss and flexibilization of rights. That process strikes workers seen as stable, which shows the inaccuracy of calling them "elite" or privileged.; 2) Their Union, in spite of their leaders' experience, who were ahead of the national movement since the 1980s, even though it has a high organizational level and inside-factory links, was not able to find alternative ways to face the Company's canceling several prior benefits and co-opting old leadership, generating a weakness feeling and directly damaging worker's subjectivity.